Há exatos 6 meses, aficionados como eu em "Fringe" encontravam-se desesperados por uma luz que nos explicasse a inexistência de Peter Bishop. "The Day We Died" realizou tal conjunção de mistérios com maestria. Agora, com "Novation" partimos da premissa de que o homem que um dia fora responsável pela destruição de ambos os universos, nasceu, porém e somente não cresceu para ser um homem, portanto, não lembrado. Como explicar tamanhas discrepâncias?
Um novo universo. Logicamente, se Peter morreu quando criança de uma doença rara e sua versão alternativa afogada no lago Reiden, o Peter Bishop que vemos no atual momento poderia ser de um terceiro universo. Mas como bem pontua Olivia, como poderia um homem encaixar-se nos seus sonhos e emoções se ele já não existisse aqui. A única certeza que temos é que a linha temporal foi alterada.
Para que ambos os universos provessem da cura, o preço a pagar seria um paradoxo: o borrão na existência de Peter. Espero que isto esteja perfeitamente claro. Mas como e por que ele foi enviado cerca de 25 anos no presente onde ninguém parece lembrar-se que um dia trabalhou para em inúmero casos para a Fringe Division, caminhou pelas ruas de Harvard e, mais importante, tornou-se filho e marido para Walter e Olivia? Como diria Confúcio, “não procuro saber as respostas absolutas, procuro compreender as perguntas”.
Só nos resta especular e continuar nesta busca por compreender o que nos é apresentado semanalmente nesta série espetacular. Se bem que o desagrado com a falta de respostas pode pesar na cabeça de muitos fãs. No entanto, confio no trabalho de J.H. Wyman e Jeff Pinkner, que fizeram uma temporada soberba como foi a terceira e que continuam com o bom trabalho neste quarto ano. Ainda assim, devo confessar que tenho achado o ritmo destes episódios morno em paralelo ao início eletrizante do ano anterior. Mas “Novation” foi hábil ao desenvolver na medida certa a trama central dando espaço para um caso interessante.
Seria difícil não elogiar a linha de acontecimentos desta 4ª temporada. Abrimos o ano com um reboot da série no episódio "Neither Here Nor There" que partiu de um caso condizente com o que vimos no “Pilot” de Fringe com o Agente Scott. Os sintomas de pele descolorida vinham dos Metamorfos humanos, impossíveis de detectar, pois diferentes da versão Cyborg (metade homem, metade máquina) estes detém a habilidade de copiar as células humanas em nível molecular. Uma inovação (A Novation do título do episódio) para a ciência Fringe. O mais interessante é que o caso não foi descartado ao final do episódio. O parecer é que teremos uma continuidade e, uma espécie de Guerra de Metamorfos futuramente.
Mas mais interessantes que tenha sido o caso da semana, o momento exato em que fui fisgado pelo episódio esteve no olhar de afago de Walter para Peter (cena que abre esta review), contido de um mix de emoções, e mesmo que os personagens se mostrassem pragmaticamente felizes, alguma coisa ali, naquele momento, se encontrava fora de lugar. Walter não se recorda da vida que teve ao lado de Peter mesmo que este se lembre de cada detalhe perfeitamente.
Tais momentos foram presenteados a nós com as excelentes atuações, não somente de John Noble, mas de Joshua Jackson também. Dava para saber por cada gesto e olhar o que cada um dos dois estava pensando e sentindo naqueles curtos momentos. A emoção era palpável. E no momento em que Walter teme que Deus esteja lhe pregando uma peça, olha descrente para a possibilidade de “uma segunda chance”, se bem me permite Nina Sharp parafraseá-la.
Então, em Peter nós nos agarramos como uma última chance de restaurar a consciência das pessoas cujas vidas mudou. Assim como nós, ele está ciente de todos os acontecimentos, da guerra dos mundos, da profecia, da Máquina do Apocalípse, da ponte, mas também não sabe como poderá curar a repentina perda de memória de Olivia, Walter, Astrid e Broyles.
Neste meio, os observadores mostram-se as verdadeiras incógnitas da nova realidade. Eles não existem para a Divisão Fringe, nem mesmo Walter sabe da existência do observador September. Sendo que foi ele a famigerada borboleta que causou todo o efeito e que mudou a realidade. Nela também descobrimos que Nina e Olivia tiveram uma relação quase materna construída desde sua infância quando fora adotada.
Quanto aos loops temporais, o que podemos notar neste episódio é a pequena confusão de Olivia com a entrega de arquivos na Fringe Division. Assim como no episódio anterior, segundos antes o futuro é mostrado para depois finalmente acontecer verdadeiramente. Este pequeno detalhe me intrigou bastante e, parece que as brincadeiras com o tempo deverão continuar nos episódios seguintes. Só espero que a série não se perca nas entrelinhas, mas como disse confio no trabalho de seus roteiristas.
Tudo está tão amarradinho que me devo considerar um herege por questionar à trama. Prova disto foi a maneira como foi mostrada o relacionamento de Nina e Walter em “Novation”. Na nova realidade, Walter culpa Nina pela morte do filho, logo isso é justificável. Na versão original dos fatos, apesar de Nina ter destruído o frasco com a cura para a doença de Peter, o garoto sobrevive. Na versão amarela, o garoto teria sido salvo no lado de lá se Walter tivesse conseguido atravessar com a cura. Assim ele não teria que voltar e, em conseguinte, cair nas águas gélidas do lado Reiden. Faz tão completo sentido que sinto vontade de aplaudir estes roteiristas.
Easter Eggs:
A Fringe Division pode não lembrar quem são os observadores, mas nós sabemos que “observers are (sempre) here”. Portanto e apesar de bem escondido, a seguir uma foto da sua localização, como de costume, em mais uma crime scene:
Então, em Peter nós nos agarramos como uma última chance de restaurar a consciência das pessoas cujas vidas mudou. Assim como nós, ele está ciente de todos os acontecimentos, da guerra dos mundos, da profecia, da Máquina do Apocalípse, da ponte, mas também não sabe como poderá curar a repentina perda de memória de Olivia, Walter, Astrid e Broyles.
Neste meio, os observadores mostram-se as verdadeiras incógnitas da nova realidade. Eles não existem para a Divisão Fringe, nem mesmo Walter sabe da existência do observador September. Sendo que foi ele a famigerada borboleta que causou todo o efeito e que mudou a realidade. Nela também descobrimos que Nina e Olivia tiveram uma relação quase materna construída desde sua infância quando fora adotada.
Quanto aos loops temporais, o que podemos notar neste episódio é a pequena confusão de Olivia com a entrega de arquivos na Fringe Division. Assim como no episódio anterior, segundos antes o futuro é mostrado para depois finalmente acontecer verdadeiramente. Este pequeno detalhe me intrigou bastante e, parece que as brincadeiras com o tempo deverão continuar nos episódios seguintes. Só espero que a série não se perca nas entrelinhas, mas como disse confio no trabalho de seus roteiristas.
Tudo está tão amarradinho que me devo considerar um herege por questionar à trama. Prova disto foi a maneira como foi mostrada o relacionamento de Nina e Walter em “Novation”. Na nova realidade, Walter culpa Nina pela morte do filho, logo isso é justificável. Na versão original dos fatos, apesar de Nina ter destruído o frasco com a cura para a doença de Peter, o garoto sobrevive. Na versão amarela, o garoto teria sido salvo no lado de lá se Walter tivesse conseguido atravessar com a cura. Assim ele não teria que voltar e, em conseguinte, cair nas águas gélidas do lado Reiden. Faz tão completo sentido que sinto vontade de aplaudir estes roteiristas.
Easter Eggs:
A Fringe Division pode não lembrar quem são os observadores, mas nós sabemos que “observers are (sempre) here”. Portanto e apesar de bem escondido, a seguir uma foto da sua localização, como de costume, em mais uma crime scene:
Das maiores dúvidas e questionamentos que tive neste episódio foi se este poderia ser um easter egg ou não? Vemos em uma das primeiras cenas do episódio, quando Olivia entra no laboratório, o que parece ser uma estátua da liberdade vermelha. Não é possível ter certeza de que é um souvenir do lado de lá, ou se esta é uma simples decoração que se assemelha e lembra o formato de uma Estátua da Liberdade em miniatura. Há quem diga que este é um sinal de que no futuro da série a Ilha da Liberdade, onde se encontra ponte entre dois mundos, seria isolada por um âmber, a julgar pelo formato gordinho e envoltório do objeto. Confira:
Parece que os produtores fizeram questão de nos presentear com poucos easter eggs desta vez. Ou somente esconderam tais com perfeição para que somente os que tivessem alçada para encontrá-los. Um deles pode ser visto na cena final do episódio em que vemos o famoso números 47. Este número tem sido visto na série em diversos momentos como: os voos dos episódio 1x01 “Pilot” e 1x13 “The Transformation” tinham ambos 147 passageiros, em 1x07 “In Which We Meet Mr. Jones” é mencionado à página 47, no episódio 1x14 "Ability" haviam 47 luzes na bomba que ficava no andar de número 47 e assim por diante. Neste episódio vimos o 47 há tempos esquecido nos minutos finais de "Novation". Confira:
"Certas coisas não são da nossa alçada".
William Bell
Canal de Séries, Por Gabriel Dias.
3 teorias:
Vocês acham que John Scott tornou-se um metamorfo como os que vimos nesta temporada? Então seria como um tipo de contaminação?!
Valeu FringeBr!!
Como sempre muito boa a Review. Tava sentindo falta.
Luana Clarice, não acho que ele tenha virado um metamorfo não. No primeiro episódio da 4° temporada, a Olivia diz que o Walter não conseguiu salva-lo.
E também não acho que seria contaminação. No episódio "Novation", fica bem claro( eu acho) a questão de os metamorfos estarem bem mais "humanos". Tem aquele negócio lá de replicação celular e tal mas eles ainda são criados por alguém.
Agora pergunto: quem?
se temos uma trégua com o universo alternativo, de onde vem esses metamorfos? será de lá? eles estão quebrando a trégua? ou será de um terceiro universo?
abraço a todos
Okay, obrigada por explanar sua opinião, Breno Cabral!
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