13 de nov. de 2011

[Review] 4x06 - "And Those We've Left Behind"



Como não pude ver isso antes?

Abertura amarela/laranja, observadores (quem?), Olivia adotada por Nina, Peter morto ainda pequeno, metamorfos inteiramente humanos. Não foi de maneira sutil, apesar de sucinta, que os produtores trouxeram o Universo Amarelo. Sim, o universo amarelo. Ele esteve lá, desde a Season Premiere, mas como bem dizem “o pior cego é aquele que não quer enxergar”. Em suma, não podemos definir a atual realidade como o lado B, por que, afinal, este apresenta mudanças incisivas sobre nós telespectadores para que não reste dúvidas: estamos diante de um novo universo. Incorporados de saltos temporais que, na minha opinião, serão a grande justificativa para tudo isso.

É preciso deixar absolutamente claro que no atual momento esta não é a Olivia, o Walter, a Astrid, o Broyles, o Lincoln e a Nina do universo azul que conhecemos ao longo de 3 anos. Somente Peter Bishop parece o mesmo, mas inserido na realidade incorreta. Está claro que a Maquina criou um terceiro universo e até mesmo um quarto a julgar que as mesmas mudanças ocorreram no lado B. Mas então, por que não vimos isto antes?

Uma coisa é fato, o tempo é efêmero. Em Fringe, provou ser muito mais do que isto. Uma peça chave para resolução do grande mistério da temporada. Me envolvi tanto com o episódio que quando dei por mim estava em um desses saltos temporais e o episódio já havia chegado ao fim. Completo, sólido, tudo o que um fã poderia querer. “And Those We’ve Left Behind” foi sim o melhor desta seqüência de 6 episódios e assim como Peter, saltar no tempo pode ser infinitamente irritante.

Irritante, pois mal podemos aproveitar um episódio digno de cinco estrelas, porém as melhores experiências são aquelas que fazem valer cada segundo. Assim é Fringe, série, temporadas e episódios que voam.

Minha teoria: Peter foi transportado do lado A (universo azul) para o lado C (universo amarelo). Explico: Voltemos ao exato momento em que sua imagem fica trêmula e que ele desaparece em “The Day We Died”, acredito que ali fomos transportados para o universo amarelo e nele Peter morreu quando era apenas uma criança (“Eles nunca poderão saber que o garoto cresceu para se tornar um homem”), logo todos na sala não lembravam que um dia ele havia existido. Então o menino que um dia fora crucial para o balanceamento da vida entre dois mundos, que ainda se encontrava sobre o lado A, é transportado para o lado C. Mas, vocês me perguntam: como e por que ele foi transportado somente semanas após a criação do universo amarelo, da ponte e após ter salvado o universo azul e vermelho com a Maquina do Apocalípse? Simples: um salto temporal.

A grade incógnita do episódio é Peter, personagem que se tornou o cerne do grande plano que é Fringe. Ele é a variável que não se encaixa em tantas constantes, a peça do quebra cabeça encaixada à força por uma semelhança remota de formato, mas que no fundo sabe-se que ali não é o seu lugar. Segundo Olivia, “Peter é o problema”. Para muitos que achavam que o sonho que abre este 4x06 era um simples teaser, adicionado apenas para instigar, acredito que isto vai além de um simples sonho. É a resposta esfregada na nossa cara que insistimos em ignorar. Estamos diante de uma mudança de universos.

Sabe no que acredito? Que voltaremos ao momento categórico em que Peter desaparece, revisitaremos o universo azul e quando isto acontecer, será incrível. Não sei se vocês entendem o meu ponto de vista, mas acredito que tudo esta se encaixando perfeitamente nos seus respectivos lugares e é impossível impedir que as teorias flutuem em formato de espiral. Se expandindo ao ponto infinito.

Easter eggs:
Números me intrigam, talvez porque na série muitas vezes eles falaram mais do que palavras. Tendo significado ou não, me vi preso a dois números de casas que surgiram neste episódio. O primeiro: 5425 que somado ao segundo (5376) resulta em 10801 (pasmem, é o mesmo número de trás para frente) e subtraídos resultam em 49. São números que talvez façam sentido um dia, talvez não. Mas que fique claro que não deixei passar em branco:



Logo neste primeiro easter egg, torci muito para que os números acima subtraídos dessem 47 e não 49. Talvez tenha sido melhor que não, pois provavelmente minha cabeça explodiria de perplexidade. Para quem não sabe, o 47 é um número estranhamente comum na série. Citei uma série de exemplos na review anterior como o número de passageiros do avião no "Pilot", o andar do prédio no episódio "Ability", assim como o número de luzes da bomba no mesmo. Estes são só alguns exemplos de uma longa lista de aparecimentos do 47, pois nesta semana o número só aumenta. Adivinha quanto tempo o cronômetro marcou quando Raymond projetou a casa em outra linha temporal? 47:00. Confira:



Interessante como os roteiristas sempre procuram rebuscar tramas, personagens, elementos e até mesmo objetos para nos fazer lembrar que esta não é uma série comum. Fringe é soberba nos detalhes, todo mundo sabe disto e esse easter egg somente comprova o que já é fato. Sobre o dispositivo, claramente o conhecemos como uma tecnologia do lado B para detectar fraturas entre os universos. Com o trabalho fundido das Divisões Fringes de ambos os lados, as tecnologias também estão sendo compartilhadas. Veja:




Um dos símbolos da equação de Raymond me lembrou em muito o símbolo de Newton, personagem recorrente da primeira temporada da série. Talvez seja um simples ômega encaixado fora de contexto em uma das equações do físico. Mas vale a pena comparar. Afinal, nem todo easter egg tem real importância ou revela algo da trama. Confira:



E a bolha que tanto causou polêmica durante a divulgação das fotos promocionais da 4ª temporada? Faz completo sentido agora com o novo elemento da série: as bolhas temporais. O formato curiosamente também pode ser visto no episódio "One Night In October" e culmina neste "And Those We've Left Behind". Confira:


Mais um easter egg típico de episódios casuais da série. O velho jogo de objetos vermelhos e azuis. Se isto não foi proposital, fica a título de curiosidade a maneira como Broyles se dispõe no meio dos objetos de cores distintas. Agora, vos pergunto: ainda é tarde para levantar a hipótese de que ele é um observador? : P




Se William Bell está vivo na linha temporal laranja/amarela, não temos certeza. Mas que os produtores tem implantado easter eggs para nos dar suspeitas, isso eles tem feito perfeitamente. Assim como em "Neither Here Nor There", neste 4x06 podemos ver um Bell, ou Sino - no português - que nos lembra em muito o imã de almas usado por Bell para tomar posse do corpo de Olivia. Além do fato de que o sobrenome do personagem está claramente relacionado. Confira:




Um dos glyphs codes aparece aleatoriamente no quarto que ficou intacto dentro do cenário incendiado, logo no início do episódio. A típica borboleta azul. Confira:




O observador encontrava-se na primeira crime scene do episódio, como de praxe. Portanto, particularmente, achei fácil de achar. Lá estava ele, na Vila Central de Boston. Confira:



O Glyphs Code da semana soletra “LIVING”, que no português ficaria vivendo. Logo, meu primeiro pensamento voltou-se ao código do episódio “Novation” que soletrou na semana passada “STILL”. Juntos ficariam: “STILL LIVING” ou AINDA VIVO/VIVENDO. Está clara a conexão com o caso e ao bilhete que Kate deixa à Raymond. Mas isto poderia significar algo além? Há quem diga que esta seria uma pista crucial que anunciaria que William Bell ainda estaria vivo na realidade laranja/amarela. O que vocês acham?


Notem o avião que Peter segura no final do episódio. Perceberam a semelhança? Este é o mesmo avião que o pequeno Peter brincava quando era criança ("Peter" e "Subject 13"), não é atoa que tanta gente tenha estranhado à TV de led/lcd/plasma na sala de estar da casa dos Bishops. Sendo que ninguém mora lá há anos.


Quando digo que Fringe é brilhante, tem gente que ainda duvida? A série pegou um dos conceitos matemáticos mais simples, a Espiral de Fibonacci, para criar uma das imagens promocionais da série antes mesmo de estrear sua primeira temporada. Quase 4 anos depois, o conceito é aplicado em um episódio de maneira hábil, sutil e completamente coesa. Vejam:

Até semana que vem com a Fall-Finale da 4ª temporada de Fringe!
“This isn't living, Raymond. Living is what's beyond this room, beyond this house, out there in the world where you're supposed to be”.


Canal de Séries, Por Gabriel Dias.

19 teorias:

Nessa_matos disse... [Responder Comentário]

simplesmente perfeito a review me esclareceu muitas coisas

Nick disse... [Responder Comentário]

A pate do omega eu acho que não é easter egg... Aquilo ali atrás parecia um circuito elétrico/eletrônico, e nesse caso o simbolo ômega serve para representar resistência elétrica.
Mas ficou ótima a review. Adorei o episódio.

Mas o que significa esse fall finale? Ficaremos mais um tempo sem fringe? :(

calebecaetano disse... [Responder Comentário]

Genial, Fringe é uma série Perfeita...muito bem elaborada! Concordo com a tese de um Universo C, afinal não consigo achar um sentido se não for isso! Muito bem esclarecido os enigmas!

calebecaetano disse... [Responder Comentário]

Infelizmente ficaremos mas um tempo sem Fringe sim! O último episódio desse ano será dia 18 de Novembro e só voltará na metade de Janeiro! Ainda não anunciaram ao certo a data de continuação no ano que vem!

Anônimo disse... [Responder Comentário]

Review bem feito e bem detalhado. Mas um pouco neurótico tb.

Anônimo disse... [Responder Comentário]

O Glyph de borboleta não tem nada a ver, é apenas uma coincidência, só isso.

Fabio disse... [Responder Comentário]

Fringe seguiu um rumo respeitável na construção de sua mitologia, se estabelecendo atualmente como a melhor série(Não apenas sci-fi)dos EUA.

Fabio disse... [Responder Comentário]

Fringeseguiu um rumo respeitável na construção de sua mitologia, se estabelecendo atualmente como a melhor série (não apenas sci-fi) dos EUA.

Philipe disse... [Responder Comentário]

Bravo, perfeito review, coisas que achava que só eu tinha visto, voce me mostrou muito mais. Parabéns.

Anônimo disse... [Responder Comentário]

Nossa,faço minhas as suas palavras, como não percebi logo no primeiro episódio que esse é um outro universo (lado C), desde quando Astrid e Walter se comunicam por outro meio que não o celular comum, desde quando eles convivem com tecnologias mais avançadas de maneira tão corriqueira, como se fosse normal (o que num outro universo é mesmo, outra vez óbvio) cara vc é muito bom, sua review me ajudou a entender melhor o que eles estão nos mostrando de forma tão explicitamente escondida

Natália disse... [Responder Comentário]

Eu adoro as suas Review, mas sinceramente, não acho que estejamos diante de um terceiro universo. Se bem que para Fringe, nada é impossível. Mas a minha opinião é por causa do primeiro episódio dessa temporada. Quando os observadores se encontram, ele diz que a linha do tempo foi reescrita e pedaços do Peter continuam a vazar. Como é que ele vazaria para um terceiro mundo? E pq uma terceira Olívia e um terceiro Walter sonhariam/veriam alguém que outras versões deles amariam? para mim não faz sentido ser um terceiro universo, mas tb não faz sentido o sumiço do Peter. Eu ainda acho que estamos diante do universo A com uma anomalia no tempo. Uma consequencia do Peter ter ido ao futuro ao ligar-se na máquina no final da terceira temporada. Na minha opinião, ainda voltaremos aquela máquina. É nela que está a resposta para o que aconteceu ao Peter.

Anônimo disse... [Responder Comentário]

WOWWWWWW.. Faz muito sentido! As respostas sempre estiveram na nossa cara! O título do primeiro episódio é um exemplo disso:

"Neither Here Nor There" (Nem aqui nem Lá)

Ou seja: não é aqui (lado a), nem lá (lado b).. é o universo C!
Boaaa!

Camila disse... [Responder Comentário]

Eu concordo com a Natália, Olivia e Walter de um "universo C" não sonhariam com Peter se nunca o conheceram. Acredito que é o nosso universo azul, e que a chave está nas anomalias temporais. E acho que essas anomalias foram produzidas pela máquina quando Peter fez a ponte entre os dois universos, uma coisa que nem os próprios observadores tinham ciência de que iria acontecer, não é a toa que ficaram tão surpresos por Peter não sumir completamente.

Marcelinha disse... [Responder Comentário]

Não acho que esse seja exatamente um universo "C". Acho que talvez seja uma versão alternativa dos únicos universos que conhecemos, o "A" e o "B".
Simplesmente pelo fato de que nesse lado que vc considera ser o lado "C", Peter existiu, não só como um garoto pequeno, mas como um adulto. Ele conviveu com Walter e Olivia, e não é a toa que Walter e Olivia dessa realidade são os que lembram de Peter, os que sonham com Peter. Essa Olivia que estamos vendo agora se envolveu com Peter um dia, mas ela simplesmente não se lembra. Peter foi apagado da linha temporal, apenas isso. É como se tudo aquilo que aconteceu qnd ele estava lá, tivesse deixado de existir. Mas as ligações emocionais ainda existem de alguma forma, o que falta é apenas a lembrança de que um dia ele existiu. Qnd Peter entrou na máquina ele não criou um novo universo ou foi transferido para um outro universo em que as pessoas sonham e tem visões dele, mesmo sem nunca terem conhecido ele, isso não faria o menor sentido. Ele fez uma escolha, que determinou em novas possibilidades para as realidades A e B. Acho que no final, a melhor solução seria se apenas fosse possível que Peter fosse reintroduzido na linha temporal das realidades A e B, porque dessa forma não estaríamos jogando 3 temporadas de história e desenvolvimento de personagens no lixo e nem muito menos isso que vimos até agora seria considerado inútil para a trama.

Luana disse... [Responder Comentário]

Adorei a review! :)

Thaly disse... [Responder Comentário]

Em vez de assistir alguma coisa que realmente é relevante, que te prende do começo ao fim, adolescentes americanos de MERDA preferem assistir um seriado de vampirinhos idiotas ou um bando de adolescente se drogando e bebendo ao invés de assistir Fringe. Mundo hipócrita

Matheus de Souza disse... [Responder Comentário]

Tá de parabéns, adoreeeeei a review. Principalmente pelo fato de agora eu ter base pra dizer o que venho dizendo desde One Night in October!
Venho dizendo aos meus amigos desde o momento que a Olivia diz à Fauxlivia que matou o próprio pai, que estamos vendo uma terceira e uma quarta realidades. Não só pelo fato de eles não lembrarem do Peter, mas sim pelo fato de TUDO ter mudado.
Isso me levou a dar uma olhada em algumas coisas de temporadas anteriores, e eles falam algo do tipo "Toda vez que vc volta no tempo e altera algo, cria uma realidade alternativa".
Outra coisa que me deixa pensativo é o diálogo dos Observadores sobre "Eles não podem saber que o garoto viveu pra ser um homem". Pra mim, isso significa que os personagens não podem saber que existe outra realidade (no caso a azul) que o Peter cresceu pra voltar como adulto.
Essa questão dos Glyph Codes me fizeram pensar no Bell também, que é um mistério, até porque o Leonard Nimoy se aposentou, né? Mas pode também lembrar o Peter, porque apesar de eles (no universo amarelo) acharem que as duas versões do Peter tinham morrido, ele continuava vivendo (still living) em outros universos.

Brunna disse... [Responder Comentário]

Eu não acho que exista um universo C. Se vocês compararem os universos A e B, vão ver que as diferenças entre os personagens são enormes. As Olívias, os Broyles, as Astrids, os ultraleves... tudo muito diferente. Agora, se compararem o suposto universo C com o A, vai ver que é igualzinho, tirando o fato de ninguém conhecer o Peter. Além do mais, é como se o "subconsciente" do Walter e da Olivia ainda soubesse da existência do Peter, o que explica as visões e os sonhos. Também, não faz sentido o universo C também ter uma parceria com o B.

Agora eu vou viajar um pouco: Eu acho que a volta do Peter foi ocasionada por alguma perturbação na dimensão do tempo, que ocorreu quando os observadores o apagaram.

Agora uma coisa que está me intrigando: queria saber como que o Peter foi esquecido. Não entra na minha cabeça. O fato de o Peter nunca ter existido ia acabar com TODAS as ações que ocorreram enquanto ele era presente, nos mínimos detalhes. E, certamente, isso não aconteceria de uma hora pra outra. O único fato que me faz acreditar que ele está em outro lugar (não necessariamente outro universo) é esse.

Btw, ótimo review :D

Breno Cabral disse... [Responder Comentário]

Eu não acho que exista uma teoria definitiva...
Desde o começo eu imaginei que fosse outro universo mas... concordo também com o pessoal aqui, como por exemplo a Natália e a Brunna.
Tem muitas coisas que indicam ser o mesmo universo A.
Como ja disseram, o fato de a Olivia sonhar com o Peter e o Walter "ver" o Peter.
Como os observadores apagarão o Peter? Não sabemos.
Pode ser que simplesmente não tenham salvado o Peter. E isso leva a surgir outro universo pois a cada diferença ou possibilidade de escolha "nascem" mais universos de acordo com a teoria do multiverso.
Bem, mas o Peter está lá. pode ter haver com aquele experimento do engenheiro eletricista. Enfim: nos resta esperar. infelizmente até o ano que vem depois desta sexta-feira.
mas o Review foi ótimo como sempre.
Valeeeu!!!

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