10 de nov. de 2012

[Review] 5x05 - "An Origin Story"


Fringe

A origem de um observador.

"An Origin Story" é tudo que se espera após um episódio tão catastrófico quanto "The Bullet That Saved The World". Ele simboliza o momento de absorção da perda para os que permaneceram, enquanto salienta que o luto muda as pessoas. No caso de Fringe, a ausência de Etta representa uma mudança imensurável, diante da qual Peter figura o típico sentimento de vingança, enquanto Olivia faz o que aprendeu desde cedo, ao lidar com um padastro abusivo e testes de cortexiphan, absorvendo a dor.

Impressionante como os roteiristas conseguiram equilibrar o enfoque de "An Origin Story", trazendo o paralelo entre o luto dos personagens, sem deixar de dar avanço a trama dos observadores. Estes últimos progridem na confecção do produtor de monóxido de carbono que diminuirá a perspectiva de vida dos humanos para 45 anos, enquanto os primeiros tentam lidar com a perda.

É curioso, aliás, que o episódio tenha o seguinte título (Uma história de origem) e a respeito disto gostaria de compartilhar uma teoria. 

O fato de Peter ter simplesmente reaparecido no lago Reiden após o reboot da timeline da 4ª temporada nunca me pareceu bem explicada. Quem o trouxe de volta? E como ele foi introduzido nesta linha temporal? Estas questões até hoje não ganharam respostas concretas, apenas justificativas vagas. Isso me recorda a propósito da frase que encerrou o terceiro ano da série, o famigerado ele nunca existiu dito por September e que parece ter um significado ainda maior do que aparenta. 

Realmente, não há como Peter ter existido. Na timeline amarela, ele morreu afogado no lago Reiden quando criança, o que o torna um ser humano sem origem. Então, quando os roteiristas de Fringe decidem colocar o título do episódio no qual Peter, em termos práticos, se converte em um observador de "Uma história de origem", tudo isso me soa como uma tentativa de revelar que talvez, só talvez, Peter seja um observador.

Sei o quão ridículo isso possa parecer, e o quão complicado de se entender, porém me parece coerente que Peter tenha sido aquele que o enviou de volta a timeline amarela para que ajude Walter e Olivia a lutar pelo futuro. Afinal, com as habilidades adquiridas a partir da tecnologia dos observadores, Peter pode coexistir fora da linha do tempo, retornar ao passado e interferir. É claro que a justificativa de que ele tenha retornado a timeline pela preservação da memória daqueles que o amaram também é cabível, entretanto não devemos desconsiderar as impossibilidades. Mesmo que de concreto, saibamos apenas que Peter, movido pela dor, decidiu igualar os recursos. 

Ademais, este cliffhanger conseguiu simultaneamente me fazer contrair e dilatar as pupilas. Isto porque, por um lado temo que o dispositivo irá extrair suas emoções e torná-lo vazio como um Observador, o que de fato achei que ocorreria no último ato do episódio, quando Olivia ao telefone pede para Peter retornar. Enquanto por outro, acredito que o mesmo possa representar um grande passo para a reversão do panorama de 2036, já que nas palavras de Peter ele "poderia fazer 10 vezes mais com aquela tecnologia do que qualquer observador". Me preocupa, porém, que o plano de Walter para destruir os observadores possa afetar Peter de alguma maneira, ou no pior dos cenários, matá-lo. O que seria uma decisão improvável, uma vez que os roteiristas não seriam capaz de realizar tamanha barbaridade com Olivia.

Aliás, devo dizer que a melhor cena deste episódio é entregue por Anna Torv, mais precisamente, no momento em que Olivia decide seguir o conselho de Walter - que compreende a sua dor melhor do que ninguém - e assiste ao vídeo caseiro do aniversário da pequena Etta. Naquele momento, fica claro para Olivia que a garotinha do vídeo a muito tempo se esvaiu. A perda é real e ainda maior é o temor de que ela se repita. Assim, o episódio culmina em um dos momentos mais sinceros da personagem em toda a série, sua ligação para Peter, na qual ambos compreendem que no final das contas têm apenas um ao outro.

Easter eggs

A frase "Ask Alice" (pergunte a Alice) grafitada na parede que separa o lado dos observadores do lado dos humanos chamou bastante atenção dos fãs. O que isso significa? Bom, Alice não condiz com o nome de nenhuma personagem antes vista na série, portanto acho somente provável que esta seja uma dica para algum elemento que surgirá nos futuros episódios.
Outro easter egg semelhante é a palavra "lake" (lago), o que nos remete diretamente ao Lago Reiden em que Peter havia morrido afogado e retornado na timeline amarela. É possível que retornaremos ao local mais uma vez?
O glyphs code desta semana soletra a palavra "FIGHT" que pode traduzir-se como o substantivo "luta" ou o verbo "lutar". De qualquer forma, considero este glyphs um tanto quanto genérico, já que pode simplesmente se referir a luta de Peter por vingança, como pode também ser mais abrangente e servir de alusão à toda a luta pelo futuro da humanidade.
Outro easter egg curioso é o nome Bluebell que surge em uma das gavetas de Etta, o que é uma provável referência a William Bell e um possível retorno do personagem nos futuros episódios. Eu não duvidaria que o roteiro o trouxesse de volta, considerando que Bell ainda se encontra vivo no âmber, apesar de ter perdido uma mão. Talvez esta poderá também ser uma dica de que veremos Walter fazer uso da mão do físico no próximo episódio, portanto, não fiquem com tantas esperanças de que veremos Nimoy de volta a Fringe.
Mais um detalhe interessante, que não é um easter egg mas sim um minúsculo erro de continuação, é o B mostrado por Astrid à Olivia que muda durante a sequência após alguns cortes.


A sequência verde-verde-verde-vermelho é um dos easter eggs mais comuns da série e que também marca presença neste episódio. Notem que a caixa utilizada pelos observadores para abrir o buraco de minhoca apresenta esta mesma sequência de luzes, como vemos quadro a quadro a seguir.

Curioso também como o apartamento de Etta é metade vermelho e metade azul. Quase como a representação de uma coexistência pacífica entre dois universos em um mesmo local. Vale salientar que Etta é filha de pessoas que pertencem a universos distintos, o que justifique talvez essa brincadeira da produção de Fringe com as cores do apartamento.


Até semana que vem!

Canal de Séries, Por Gabriel Dias

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